O estudo do mapa astrológico poderia ser dividido em duas metades. As condições do céu e as condições visíveis em uma determinada região da Terra.
Tudo o que se conceitua com a parte celeste da Astrologia diz respeito aos movimentos planetários, dos luminares, e suas condições. Se o planeta nasce antes ou depois do Sol, se está no movimento direto ou retrógrado, se está em aspecto a outro planeta, suas características, temperamento, seita, gênero, tudo isto está em relação à parte celeste da Astrologia.
Porém vivemos em um mundo terrestre, e a visibilidade deste céu, depende de onde estamos, em qual parte do globo terrestre estamos. Neste âmbito entra o conceito de Casas Astrológicas, ou Casas Terrestres, ou ainda Casas Mundanas.
De uma maneira muito simples, as casas astrológicas são a divisão do céu em 12 partes.
Para que este céu seja dividido usamos dois pontos de referência: A linha do horizonte, e o meridiano. Em suma a esfera terrestre, que se estende para a celeste, tem um eixo vertical, que é o meridiano, e um horizontal, que é o horizonte.
A linha do horizonte tem o objetivo bem claro de nos apontar quais planetas são visíveis no céu. É um ponto de referência para determinação do Sect/Seita do mapa, junto com o Sol.
Outro objetivo da linha do Horizonte é apontar o signo ascendente, o signo zodiacal, situado exatamente no horizonte leste, no momento do nascimento.
Sem estas duas linhas é impossível calcular um mapa astrológico. Podemos fazer uma observação pura do céu, das relações e condições planetárias, mas não um mapa astrológico.
Já a linha do Meridiano aponta para os pontos mais alto e mais baixo, que um planeta pode alcançar em sua trajetória, do ponto de vista terrestre. O planeta nasce no horizonte , se eleva ate´culminar no ponto mais alto, e depois começa decair, e se põe no horizonte oeste.
Todos os planetas e luminares nascem ao leste e se põem, a oeste. A linha do Meridiano marca o Meio do céu (MC) Medium Coeli, o ponto mais alto do planeta no céu, e o Fundo do Céu (FC) Imun Coeli.
O Meio do Céu e o Fundo do Céu marcam o eixo vertical do mapa astrológico. Resumindo, o planeta nasce no horizonte leste, culmina no MC, se põe no horizonte Oeste, chega ao ponto mais baixo de sua trajetória diurnal (FC), e segue para nascer novamente no horizonte leste. Este é o MOVIMENTO PRIMÁRIO, derivado do movimento de rotação da Terra, que tem 24 horas de duração.
Em muitos momentos de sua Antologia, Vettius Valens discursa sobre o significado e nomes das as astrológicas, e durante um ponto onde trata da Profecção, ele lista de forma concisa os significados de cada uma das casas na visão helenista.
Casa 1: Ascendente – Leme, vida, corpo, espírito.
Casa 2: Meios de vida, portão de Hades, /receber, dividir, sombra, dar.
Casa 3: Irmãos, viver no exterior, rainha, autoridade, amigos, parentes, rendimentos, escravos.
Casa 4: Reputação, pai, filhos, cidade natal, lar, propriedades, habitação, o resultado das ações,, mudança de casa, perigo, morte, confinamento, segredos, privacidade.
Casa 5: O lugar dos filhos, amizade, generosidade, liberdade dos escravos, atos beneficentes ou bons.
Casa 6: Dos escravos, injúrias, inimigos, sofrimento, doenças.
Casa 7: Casamento, sucesso, união sexual, amizade,
Casa 8: Morte, lucros dos mortos, casa inativa, punição, fraqueza.
Casa 9: Amizade, viagens, lucros do exterior, ou de estrangeiros, a Casa de Deus, rei, proteção, acobertamento, astrologia, oráculos, a aparência de Deus, divinação, místico.
Casa 10: Os afazeres, o trabalho, reputação, avanço, progresso, filhos, esposa, mãe, mudanças, atividades inovadoras.
Casa 11: Amigos, esperanças, presentes, emancipação dos escravos.
Casa 12: Terras distantes, inimigos, escravos, injúrias, perigo, julgamento, sofrimento, morte, doenças.
Geralmente os significados são os mesmos ao longo da historia da Astrologia, mas alguns autores acrescentam suas próprias visões relativa às casas, e alguns significados podem se alterar.
Fontes:
Tratado das Esferas – Um Guia prático da Tradição Astrológica – /Helena Avelar e Luís Ribeiro – Prisma Edições
Antology – Vettius Valens – Book II
Helenistic Astrology, The study of fate and fortune – Chris Brennan