Os locais de poder para os planetas
Marcus Manilius dizia que as casas eram chamadas templos, e os planetas eram deuses, que moravam nestes templos.
Esta é uma ideia chave para compreendermos que existem certas casas celestes mais auspiciosas que outras em uma carta astrológica.
Esta citação de Marcus Manilius do início do texto, indica que cada planeta tem sua própria casa, ou morada, o que é claramnete explicado por Ptolomeu no Livro I do Tetrabiblos. No entanto esta é uma ideia que nasce com os estudos gregos, nos estudos dos períodos orbitais dos planetas, e não provém dos conhecimentos da Mesopotâmia. Talvez seja por isto, que Marcus Manilius, que viveu em tempo anterior a Ptolomeu não tenha se aprofundado no tema das regências planetárias em seu poema Astronomicon. Marcus Manilius se baseia dos ensinamentos estoicos sobre o Cosmos, partindo do pressuposto de existência de um universo geocêntrico. Nesta visão, entende-se os corpos celestes como expressão de um Logos, capaz de ordenar o universo. Ele diz sobre as constelações, estrelas, e o zodíaco, mas não detalha o esquema das regências planetárias, que vem depois a ser explicado partindo-se do Thema Mundi, o Mapa do Universo.
Além de seu próprio domicílio há certas casas da carta que podem oferecer poder ao planeta em um carta. Dorotheus de Sidon cita em Carmen Astrologicum no Livro I sobre a superioridade das casas. Durante a fase helenista ou heleênica da Astrologia as casas eram chamadas “lugares”.
“Mantenha o que eu digo sobre os lugares e a superioridade de uns sobre outros no poder. Portanto, o melhor dos lugares é o ascendente, depois o meio do céu, o que segue o meio do céu, que é o décimo primeiro do ascendente, então o oposto deste décimo primeiro lugar do ascendente, que é o quinto do ascendente que é chamado de casa da criança, então o oposto ao ascendente, que é o sinal do casamento, o cardine da terra e o nono lugar do ascendente.”
Dorotheus de Sidon – séc I EC
Quando delianeamos uma carta um dos primeiros caminhos para entender o poder de um planeta ou luminar, é compreender sua posição por signo e sua posição por casa.
Dorotheus ainda diz que uma planetam maléfico situado em uma casa, um signo de seu próprio domicílio, sua exaltação ou mesmo triplicidade tem sua força maléfica diminuída.
Na visão moderna da Astrologia dá-se mais importância aos aspectos entre os planetas, do que sua condição de poder por casa celeste. A condição celeste de um planeta nos indica se está apto a realizar os temas que lhe cabem, ou mesmo como realiza, em condição de força ou fraqueza, todos os temas que lhe cabem.
A condição terrestre, por sua vez nos diz se estes temas planetários têm poder na vida do nativo, se são produtivos ao nativo, ou não.
Antes de partir para a compreensão da carta, como um conjunto, é necessário compreender as partes, e o quanto elas representam neste conjunto.
Fontes:
Neugebauer & Parker, textos astronômicos egípcios Vol. III
Carmen Astrologicum, Livro I
Tetrabiblos – Ptolomeu
Astronomicon – Marcus Manilius